"Minha obra é inteiramente repleta de luz. Esses são os elementos físicos. Os outros são a emoção e o mistério. Arquitetura sem emoção não é arquitetura. Arquitetura não se define com palavras, transmite-se com emoções. Um espaço pode ser lindo, mas, se não ilumina o espírito, não é arquitetura. Eu adoro o mistério, não só na arquitetura, mas na vida. Gosto de descobrir. Ir a algum lugar sem saber o que vou fazer ou o que esperar daquele lugar. Não existe uma arquitetura genuína sem o mistério de descobrir os espaços pouco a pouco, de vê-los cada vez de uma maneira diferente."
As palavras acima são do arquiteto Ricardo Legorreta, 78 anos, e eu estava lendo seu livro "Ricardo Legorreta – Sonhos Construídos" (coleção Educação do Olhar; Be Editora), conferindo que nenhum outro grande arquiteto contemporâneo tem uma obra tão inconfundível quanto a dele, ninguém usa tanto a cultura de um povo como referência para criar. As cores vivas das casas dos pueblos, a grandiosidade das ruínas maias e astecas e a amplidão geográfica são constantes na obra desse arquiteto que define a própria profissão como sendo a de "fazedor de sonhos". Os elementos principais na obra de Legorreta são o muro e a parede, não só porque protegem, mas porque delimitam e definem o espaço; as proporções, no contraste dos grandes espaços com os pequenos espaços e a luz.
Duas influências em sua carreira vem de dois arquitetos modernistas mexicanos: José Villagrán, introdutor do modernismo na arquitetura mexicana, de quem ele foi sócio) e Luis Barragán, grande mestre da combinação de luz e espaço.
Confiram alguns trabalhos do arquiteto nas fotos abaixo:
CAMPUS DA UNIVERSIDADE DE SÃO FRANCISCO - Átrio do centro de convívio da universidade californiana tem o teto transparente, que deixa passar luz natural para formar um ambiente agradável bem no centro do campus. Dali são acessados os outros edifícios do conjunto universitário