Instalado em um terreno ao lado da estação rodoferroviária de Brasília, no fim do eixo monumental que corta a cidade no sentido leste-oeste, o Shopping Popular foi concebido para abrigar as atividades de vendedores ambulantes, antes espalhados em outras áreas. Além do programa, o arquiteto Alencar Cinnanti considerou como princípios norteadores do projeto o caráter social da edificação, a facilidade de acessos, a funcionalidade e a aplicação de conceitos de ventilação e iluminação naturais. Propôs, então, um desenho contemporâneo, identificado com as construções da capital federal, e espaços permeáveis e integrados, através de uma composição aberta e transparente, que convida o visitante a entrar e a circular com naturalidade pelo edifício. O desenho arquitetônico buscou formas da natureza - as ondas do mar, com seus movimentos curvilíneos - e também traços da arquitetura dos palácios e monumentos da cidade. A criação de um volume único horizontal favoreceu a integração das atividades e a circulação dos usuários, através de corredores dispostos em várias direções. Com isso, evitou-se o uso de desníveis, escadas ou rampas na plataforma superior, com exceção daquelas que dão acesso à garagem.
Construída com estrutura metálica, a edificação é composta por uma seqüência de 11 pórticos curvilíneos paralelos, formando uma figura geometricamente irregular de forma escultural e expressiva.Essas soluções de fechamento favorecem a entrada de luz natural nos ambientes internos e permitem a criação de um sistema de ventilação natural cruzada de alta vazão e baixa velocidade de ar, propiciando bons níveis de renovação do ar ambiente e de conforto térmico.
Construída com estrutura metálica, a edificação é composta por uma seqüência de 11 pórticos curvilíneos paralelos, formando uma figura geometricamente irregular de forma escultural e expressiva.Essas soluções de fechamento favorecem a entrada de luz natural nos ambientes internos e permitem a criação de um sistema de ventilação natural cruzada de alta vazão e baixa velocidade de ar, propiciando bons níveis de renovação do ar ambiente e de conforto térmico.
VIGAS CURVAS E TRELIÇAS - Toda a estrutura da edificação pode ser considerada um shed curvo, observa Paulo Sérgio de Souza Ribeiro, diretor da Ferenge, responsável pelo cálculo e detalhamento das estruturas metálicas. Os elementos nela utilizados são compostos por colunas em perfil H, treliças principais com banzos em perfil I e diagonais em perfil U duplo (com altura de 2.800 milímetros, limitada pelo transporte), terças formadas com perfil U enrijecido, vigas curvas secundárias e calhas. As treliças estão apoiadas nas colunas, enquanto as vigas curvas secundárias, com perfil I soldado, apóiam-se nas treliças principais. Em alguns trechos onde não era possível adotar treliças principais altas, por causa do pé-direito, foram empregadas vigas de transição em perfil caixão, vencendo vão de até 27,25 metros. O projeto previa que a estrutura metálica do Shopping Popular, pesando 603 toneladas, fosse soldada na fábrica e parafusada durante a instalação. Como a montagem tinha que ser feita em cima da laje, o projeto de detalhamento da estrutura foi concebido de forma que não se necessitasse de equipamentos pesados para içá-la, evitando sobrecargas.
SOLUÇÕES ESPECIAIS - Os vãos dos sheds receberam venezianas de PVC, desenhadas para atender às características específicas do projeto. Compostos por aletas de PVC e montantes em perfis extrudados de alumínio, os módulos foram calandrados e curvados para seguir a proposta arquitetônica. As venezianas dos sheds, que fecham área de 4.268 metros quadrados, são compostas por módulos de mil milímetros de largura e 2.200 milímetros de altura. Para as fachadas foram criados módulos curvos com mil milímetros de largura e 6.250 de altura. Segundo o engenheiro Jairo Lisboa, consultor do grupo Como, a execução dos painéis exigiu o desenvolvimento de roletes especiais, utilizados para curvar os montantes de acordo com os raios estabelecidos pelo projeto arquitetônico. Os ajustes se realizaram durante a calandragem, com o controle geométrico feito sobre as peças já acabadas. Executada por instaladores da empresa, a montagem dos módulos da fachada e dos sheds seguiu a liberação da frente de trabalho pelo fornecedor das estruturas metálicas, sendo concluída no prazo de 15 dias.
Os pórticos são formados pela união de arcos que vencem vãos de 8,25 metros
Os vãos dos sheds receberam venezianas compostas por aletas de pvc e montantes em perfis extrudados de alumínio
Sheds na cobertura e venezianas de pvc nas fachadas permitem a entrada de luz natural no interior do edifício.
A edificação é composta por uma seqüência de 11 pórticos curvilíneos paralelos, formando uma figura geometricamente irregular de forma escultural e expressiva. A estrutura metálica foi soldada na fábrica e parafusada durante a instalação.
Texto resumido a partir de reportagem de Cida PaivaPublicada originalmente em FINESTRA Edição 55 - Dezembro de 2008.