domingo, 16 de fevereiro de 2020

Myriam Fraga, em "Femina"

A vida que passou
— Água tombada
Dos bordos
De tua taça.

O eterno fluir,
O doce encanto
Com que se miram
Ninfas
Pela tarde.

Ó suave marulho,
Ó farfalhar de asas...
— Pássaros nascendo,
Invisíveis, das águas.

Tua concha como
Um cálice
Borbulhante, intocado,

Música de sombras verdes
Teu murmúrio em cascata.

E o tempo, o tempo,
O tempo

Gotejando sua mágoa.