Toda a minha vida, ninguém me disse o que era amor de verdade. Ninguém nunca me disse como um relacionamento deve ser. Eu tinha apenas dois modelos.
Um eram meus pais, que passaram a maior parte de seu tempo brigando ou tolerando um ao outro, na melhor das hipóteses.
O outro modelo foi a cultura popular, na qual relacionamentos são retratados como o maior bem entre duas pessoas, o ponto final da história, o felizes para sempre.
E entre esses dois modelos existe um grande abismo, e só o amor pode ser a ponte. Ele deveria vir como um feitiço mágico, e, de repente tornar tudo fácil. Para sempre. A pílula mágica do amor.
Pode ser assim para algumas pessoas. Mas certamente não é para mim. E depois de me recuperar dos destroços de mais um relacionamento fracassado, decidi procurar por amor. Não por uma pessoa: Mas eu cheguei à conclusão decepcionante de que o problema não eram outras pessoas, era eu.
E isso é o que eu aprendi: Todos os problemas nos relacionamentos são históricos. Eles têm a ver com um, ou geralmente ambos os parceiros trazendo feridas do passado para uma interação presente.
O parceiro abandonado por sua mãe quando criança, que então se agarra à sua namorada, na necessidade de constante reafirmação de que ela não vai deixá-lo, reforçando assim seu medo de que é indigno de ser amado.
Ou é o homem que foi sufocado e controlado por sua mãe, que então se ressente de sua namorada, com medo de que se elar fica muito perto, vai sugar sua vida, da mesma forma que sua mãe.
Em outras palavras, são tantos medos, complexos, e projeções que carregamos para outra pessoa, quando o amor começa a enraizar.
Ao que parece, o amor não é algo a ser aprendido. É algo que já temos, e talvez ironicamente, é preciso desaprendê-lo para alcançá-lo. O objetivo? Tornar-se, como a poeta e cantora Patti Smith me disse uma vez em uma entrevista, “o ser humano limpo que eu era como uma criança.”
E assim, ao contrário do que muitas pessoas passam a vida acreditando, o amor não é encontrar a pessoa certa. Trata-se de tornar-se a pessoa certa.