quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

CENTRO CULTURAL JEAN-MARIE TJIBAOU

Inaugurado no ano de 1998, projeto do arquiteto italiano Renzo Piano, o Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, tem como base pesquisas feitas nas habitações dos nativos Kanaks da Ilha da Nova Caledónia, arquipelágo francês (Oceano Pacífico), a leste da Austrália, onde a arquitetura só se realiza em combinação com a paisagem.
O centro é composto de dez unidades com diferentes tamanhos e funções, com forma de concha posicionada verticalmente, assemelhando-se às tendas tradicionais da Nova Caledônia. Sua aparência de inacabado é um lembrete de que a cultura Kanak ainda está em processo de formação.  
O nome do centro é uma homenagem ao líder cultural Jean-Marie Tjibaou, que tinha como objetivo fomentar a independência Kanak, sendo porém assassinado por um extremista, em 1989. Tjibaou tinha a preocupação de que sua comunidade valorizasse suas raizes e tradições, ao mesmo tempo em que fosse aberta para a cultura mundial.
O Centro Cultural foi construído com tecnologia moderna, em madeira laminada colada, estruturada por tubos de aço inoxidável. Estrutura feita para resistir a furacões e terremotos, resistiu inclusive ao ciclone Erika. As conchas estão agrupadas de três em três, como se fosse um povoado, a mais alta possui 28m. Os caminhos para os pedestres os mantem em ao contato com a flora local e seus significados míticos. Os telhados planos de vidro e aço inoxidável apoiados em colunas de Iroko (madeira local). Os volumes definidos por grelhas de madeira e vidro na base das paredes compõem o sistema de resfriamento.

Estruturas verticais e horizontais modificam o efeito dos ventos e as condições internas. As grelhas podem ser abertas ou fechadas, conforme a direção e velocidade do vento e o ar interno é então expelido pela parte mais alta do teto. Ao passar pelo edifício, o vento produz um som que representa os sons da floresta e das vilas Kanaks.
 

 

(Enviado pela colaboradora, amiga e filha Paloma Aime Ferreira)