No Brasil, cada região possui um clima diferente, bom para uns e ruim para outros. Para ajudar a refrescar quem vive em áreas mais quentes, professor Maurício Roriz e seus orientandos, fez estudo sobre "Chaminés Solares" (Universidade Federal de São Carlos), que adota o mesmo princípio do aquecedor solar de água, que pode ser instalada para estimular a ventilação natural em residências ou escritórios. Vejam abaixo os comentários do pesquisador sobre o assunto, ficamos torcendo para que o resultado chegue rápido, e assim o alto consumo de energia diminua.
Chaminé Solar
(O ar-condicionado natural se baseia no chamado "efeito chaminé": no interior da estrutura, o ar aquecido se torna mais leve e tende a subir, aspirando o ar dos ambientes e substituindo-o pelo ar exterior).
"A chaminé funciona como coletor solar: raios solares passam o vidro e aquecem a placa metálica preta, situada abaixo dele. Aquecida, a placa emite calor, mas em frequência diferente da que vem do sol e para a qual o vidro é opaco. O calor entra, mas não consegue sair".
Nos coletores solares convencionais a água se aquece ao circular em tubos que passam sob a placa quente. "Na chaminé solar, em vez de água passa o ar"..
O ar-condicionado natural se baseia no chamado "efeito chaminé": no interior da estrutura, o ar aquecido se torna mais leve e tende a subir, aspirando o ar dos ambientes e substituindo-o pelo ar exterior, mais puro e geralmente mais confortável, particularmente nos climas típicos do Brasil.
"Trata-se, portanto, de processo de ventilação provocado por diferenças de temperatura e de pressão, sendo muito eficiente para promover o conforto térmico nas horas quentes, mesmo em áreas urbanas densamente ocupadas, onde os obstáculos impedem o aproveitamento da ação direta do vento".
Por uma conjugação de diversos fatores, as cidades se tornam cada vez menos confortáveis, provocando as chamadas ilhas urbanas de calor.
"Além dos obstáculos à ventilação natural, as áreas com pavimentação impermeável crescem, invadindo os espaços onde havia parques, bosques e jardins, cuja vegetação contribuiria significativamente para amenizar o clima".
Os edifícios não são projetados/construídos para favorecer os processos naturais de promoção do conforto térmico. O uso indiscriminado do vidro, sem o devido sombreamento, transforma a edificação em verdadeiro coletor solar.
"Tentando se proteger, o usuário fecha cortinas, interrompendo a ventilação natural e escurecendo o ambiente. Então, acende lâmpadas, que também geram calor, assim como os outros equipamentos elétricos que usamos em nossos escritórios e residências. Desse círculo vicioso resultam desconforto e desperdício de energia".
Arquitetura bioclimática
Existem diversas técnicas e estratégias, denominadas bioclimáticas, que podem contribuir para elevar a qualidade dos edifícios, mas são pouco conhecidas e aplicadas no Brasil. A chaminé solar é uma das técnicas da arquitetura bioclimática, assim como as coberturas "verdes" (uso de vegetação sobre as coberturas das edificações), a refrigeração evaporativa (sistema natural de resfriamento baseado na evaporação da água) e a inércia térmica do solo e dos sistemas construtivos (que guarda o calor nas horas quentes para combater o frio das madrugadas, ou vice-versa).
Essas técnicas têm como objetivo contribuir com a preservação do meio ambiente e a eficiência energética do ambiente construído, obtidas por meio do uso racional dos recursos naturais, além de proporcionar o conforto térmico aos ocupantes das edificações. É possível construir edifícios confortáveis sem condicionador de ar, aproveitando a ventilação natural.
"Os condicionadores convencionais de ar ressecam o ambiente e prejudicam o sistema respiratório humano, além de impactarem negativamente o meio ambiente. A chaminé solar proporciona ventilação, sem consumir eletricidade e sem agredir a natureza". .
Como um dos resultados o pesquisador desenvolveu o software "Chaminé", calcula a ventilação provocada por diferentes situações de uma chaminé solar, contém dados climáticos de mais de 300 cidades de todo o país e pode ser baixado gratuitamente no endereço:
(Mônica Pileggi - Agência Fapesp - 28/04/2011)