Instituto do Cacau, sito à Rua da Espanha, s/nº (Comércio) - Cidade Baixa - Salvador / Bahia - Brasil, foi elaborado pelo arquiteto, construtor alemão Alexander Buddeus (estudioso de novas tecnologias de construção) no ano de 1932. Tem linhas retas, fachadas (principal e lateral) com cantos arredondados, basculantes fixos e a aerodinâmica do estilo modernista, com raízes profundas na linha da arquitetura expressionista alemã.
Próximo ao cais, o prédio ocupa uma quadra, medi 104 x 38 m, com 16.250 m2 de área construída distribuídos em quatro pavimentos com pés direitos altos. Pilares tipo cogumelo distribuídos segundo um modulo de 5,00 x 5,52 m apóiam lajes em vigas calculadas para suportarem uma sobre-carga de 1.500 kg/m2.
Edifício avançado para seu tempo, seja do ponto de vista estrutural/funcional. Concebido como edifício misto, com: hall de exposições, auditório-biblioteca, diretoria, assessoria técnica e expediente (ocupando 1/3 do pavimento térreo).
O resto da construção é um grande depósito para 350.000 sacos de cacau. O produto ao chegar era desinfetado em autoclaves e depois levado por elevadores, deslizadores e esteiras até o local de estocagem. Uma esteira subterrânea levava a sacaria até o cais, por debaixo da Av. da França (que passa na lateral do prédio). Todo o ambiente interno era desumidificado por um sistema de ventilação forçada e filtros de sílica-gel instalado no terraço (sistema antiumidade). Estas características o tornavam um protótipo dos atuais edifícios inteligentes.
A decoração marajoara do Hall de Exposições executada pela firma Laubisch & Hirth. Esse tema foi uma exigência do professor de tupy guarani e membro da diretoria do Instituto Frederico Edelweis, como uma referencia à origem amazônica do cacau.
Resumo de comunicação feita no Seminário DOCOMOMO Norte e Nordeste, realizada no Recife, em maio de 2006.