Beatriz Milhazes, carioca, pintora, gravadora, ilustradora, professora. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral e Burle Marx, à padrões ornamentais e à art deco, entre outras. A partir dos anos 1990, destaca-se em mostras internacionais nos Estados Unidos e Europa e integra acervos de museus como o MoMa, Guggenheim e Metropolitan em Nova York.
A cor é um elemento estrutural na obra de Beatriz Milhazes. Seu repertório inclui questões relativas à abstração geométrica, ao carnaval e ao modernismo, assim como ao concreto e ao neoconcreto brasileiros, à op e pop art.
Ela pinta flores, arabescos, alvos e quadrados sobre uma superfície de plástico, para depois transferi-los para a tela. Nas colagens, sobrepõe camadas de cor utilizando-se de papéis de bala e sacolas de compras, criando uma harmonia de excessos, cujo impacto pictórico espelha a sua pintura.
"Como artista ligada a uma estrutura modernista e estética, acho passível de equívoco. Não vou mostrar imagens dantescas de pessoas mortas na rua. A arte tem que trabalhar coisas que são específicas. Senão, perde o sentido de existir."
"Acredito que a arte contemporânea, mesmo tendo feito bodas de ouro, pertence mais ao artista, em termos da compreensão. Como lida com o cotidiano, existe a liberdade de poder se expressar de qualquer forma. Depois que Marcel Duchamp colocou um urinol dentro do museu e disse que aquilo era arte, abriu um universo extremamente amplo".