Oscar Niemeyer, arquiteto reconhecido no mundo inteiro por suas obras monumentais, numa época em que a arquitetura e a escultura se engajavam. Resumo aqui num de seus muitos projetos, o exemplo do funcionalismo e da genialidade desse homem. Essa casa, um chalé, verdadeiro esconderijo, com cobertura curva, como se acolhesse o contorno das montanhas, traçado suave, leve e sutil, inserida no contexto, criando um raro exemplo de racionalismo e poesia se conjugando. Estava à procura de inspiração quando tive o privilégio de ver esse projeto completo no ano de 1981, ia prestar vestibular para engenharia química e mudei de idéia, hoje sou o que sou.
Os principais conceitos da arquitetura moderna estão neste projeto, desenho simples, leveza estrutural, continuidade dos espaços, a integração com a paisagem. Quatro colunas trapezoidais de pedra apoiam a cobertura curva, montada com treliças metálicas. Nos fundos, ficam a piscina e um deck.
A casa tem mais ou menos 150 m² e é uma obra-prima. Sob o telhado, uma planta com três quartos, cozinha e banheiros separados da sala por um paredão de pedras que se estende até o gramado. A integração da construção e o exterior é grande achado nesse projeto, seja a vista, seja os contornos bem marcados do jardim.
Os jardins são do paisagista Burle Marx (1909-1994), que projetou um xadrez com grama escura e clara; na frente, fez uma espiral vermelha com iresina.
A casa se divide: parte da frente (acima), onde as curvas aparecem no paisagismo das plantas.
A casa se divide: parte da frente (acima), onde as curvas aparecem no paisagismo das plantas.
Sala de Estar - Os sofás vermelhos de couro do designer franco-suíço Le Corbusier, de 1928, e mesas laterais da designer irlandesa Eileen Gray, de 1927, são clássicos que compõem a sala original da casa