sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Síndrome do edifício doente, o que é e como evita-la.


Você já sentiu que, ao entrar em algum prédio, os seus olhos ficaram mais sensíveis, o nariz irritado, sentiu dor de cabeça ou, até mesmo, fadiga?
Nesse caso, você provavelmente entrou em um edifício doente.
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Síndrome do Edifício Doente é uma enfermidade normalmente relacionada a falhas no sistema de climatização da construção.
Um estudo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) apontou que cerca de 42% dos estabelecimentos possuem contaminação por poluentes químicos, e 52% apresentam problemas de baixa temperatura e umidade.
Todos estes são fatores que causam a síndrome. Então, se você quer entender melhor essa doença, suas causas e como evitá-la, continue a leitura!

O que é a Síndrome do Edifício Doente
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Síndrome do Edifício Doente, também chamada de SED, é um conjunto de doenças causadas ou estimuladas pela poluição e contaminação do ar em espaços fechados.
Em sua grande maioria, os principais focos do SED são as enormes edificações que começaram a aparecer na década de 1970 e, atualmente, ainda estão em uso por diversas pessoas.
Existem, ainda, prédios do final da década de 1930, que são utilizados pelo serviço público e empresas mais antigas, que possuem escritórios nos centros das cidades.
Mas, para que um edifício ou construção seja considerado perigoso e apresentar riscos de SED, é necessário que pelo menos 20% dos seus usuários apareçam com sintomas da síndrome, como dor de cabeça, náuseas, ardor nos olhos ou coriza.
Nesse sentido, podemos dizer que a SED se refere à relação de causa e efeito entre as condições do ambiente interno de uma construção e a sua agressão à saúde de seus ocupantes.
A OMS destaca que existem dois tipos de edifícios doentes: 
Os temporários, que dizem respeito aos recém-construídos ou que estejam passando por uma remodelação e apresentam irregularidades que desaparecem com o tempo.
Os permanentes, que são as construções que possuem erros de projeto, falta de manutenção adequada, estão desatualizados, entre outros fatores.



Como surgiu a Síndrome do Edifício Doente
Existem relatos de trabalhadores americanos e europeus desde a década de 1970.
São pessoas que passavam muitas horas em edifícios mais fechados e com pouca circulação do ar ou, até mesmo, com equipamentos e estruturas muito antigas.
Mas, a síndrome foi reconhecida pela primeira vez em 1982, quando a Organização Mundial da Saúde comprovou a morte de 34 pessoas e o contágio de outras 182 pela bactéria Legionellapneumophila por meio do ar interno de um hotel na Filadélfia, nos Estados Unidos.



Quais os sintomas da Síndrome do Edifício Doente
Os sintomas da SED podem surgir de forma isolada ou combinados, mas, eles são comumente confundidos com doenças respiratórias comuns.
Isso porque, os sintomas da SED são divididos em quatro grupos principais: problemas nos olhos, manifestações respiratórias, manifestações cutâneas e problemas gerais.
Dentre os mais comuns, podemos destacar:
Dor de cabeça.
Fadiga.
Letargia.
Prurido e ardor nos olhos.
Irritação do nariz e da garganta.
Problemas cutâneos.
Dificuldade de concentração.
Lacrimejamento constante dos olhos e aumento na sensibilidade.
Rinite e outras doenças respiratórias.
Constipação nasal.
Secura na pele.
Alergias e dermatoses em geral.
Vertigem e tonturas.

Vale ressaltar que não são todos os ocupantes de um edifício doente que apresentarão os sintomas, por isso é sempre essencial que a investigação do ambiente seja realizada para um diagnóstico correto.
Em geral, as doenças que estão relacionadas ao prédio têm suas características mais claras quando a pessoa que apresenta os sintomas no ambiente melhora quando sai dele.
Uma pessoa acometida pelas consequências da SED, acaba perdendo a produtividade.



Causas da Síndrome do Edifício Doente
Existem inúmeros fatores que podem causar a SED, principalmente por edifícios possuírem diversas fontes de propagação de micro-organismos infecciosos e partículas tóxicas, como materiais de construção, produtos de limpeza, equipamentos etc.
Além disso, a Síndrome do Edifício Doente está diretamente associada a fatores como falta de impermeabilização nos prédios e descuido com a higienização e manutenção no sistema de ar condicionado.
Mas, existem quatro principais fatores que podem causar a SED.

São eles:
Químicos: Substâncias presentes nos solos, lençóis freáticos e materiais como pedras, tijolos e concreto, além de materiais sintéticos e equipamentos. Os químicos podem ser liberados no ambiente pelo mobiliário ou falta de renovação do ar, higiene e manutenção ao longo do tempo.
Biológicos: Bactérias, fungos, protozoários, artrópodes, vírus e excrementos de animais em geral, que podem contaminar o ambiente e surgem devido à falta de manutenção e limpeza adequada de aparelhos, infiltrações e vazamentos, além da não realização da dedetização periódica no prédio.
Físicos: Iluminação, quantidade de ruídos, temperatura e umidade do ambiente que não são utilizadas ou reguladas de forma adequada.
Estruturais: Erros de projeto ou de execução da obra, além do uso de materiais inadequados ou de qualidade inferior. Isso faz com que o prédio tenha fissuras, rachaduras, vazamentos, entre outros problemas, que afetam diretamente os outros três fatores.



Como prevenir a SED
Primeiro passo é a implementação do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) que é uma exigência do Ministério da Saúde.
PMOC é uma norma que reúne todos os procedimentos necessários para a verificação da limpeza, conservação e manutenção dos sistemas de climatização de edifícios e construções
Ela tem como objetivo manter os equipamentos e estruturas que fazem parte do processo de climatização do ambiente livres de fungos, bactérias, ácaros e outros agentes biológicos nocivos à saúde humana.
Além disso, algumas outras ações podem ajudar a prevenir o surgimento da síndrome do edifício doente: Manter sempre o ambiente limpo.
Realizar periodicamente o controle da presença de VOC (Compostos Orgânicos Voláteis) dentro dos ambientes.
Controlar a quantidade e a qualidade dos produtos de limpeza utilizados.
Avaliar os aspectos físicos do ambiente, como iluminação, presença de plantas, climatização etc.
Possuir um sistema de ar externo com taxa de renovação de ar conforme as Normas da ABNT.
Evitar o acúmulo de revistas, jornais, carpetes e tapetes.



Conclusão
Que a ventilação natural é essencial para manter o ambiente saudável, isso você já sabe.
Mas, com o desenvolvimento de tecnologias e a construção de edifícios modernos que realizam a troca do ar do ambiente somente por meio de um sistema de ventilação, como evitar o desenvolvimento da Síndrome do Edifício Doente?
Contar com um projeto bem feito, equipamentos modernos e a realização periódica de manutenções e limpezas nos equipamentos, conforme orientação do fabricante e o seu PMOC são pontos essenciais.


(https://protermica.com.br)