domingo, 15 de novembro de 2015

Nada mudou desde 2009!

"De maneira geral, todos os chamados planos habitacionais são erráticos porque não amparam a questão essencial da moradia, que é o endereço.
Habitação tem de ser junto do transporte público, nas áreas mais centrais,
onde o acesso ao trabalho é mais fácil. A grande questão da habitação é a construção da cidade. Se você considerar uma cidade como as nossas, com mais de cinco milhões de habitantes, não pode fazê-la inteira pensando em palácios, museus, teatros. Isso são endereços indispensáveis à cidade. Mas ela é feita de milhões de casas, que tem de conviver com o comércio, com acesso à saúde, à educação, ao transporte público. Portanto é um problema muito mais complexo do que simplesmente fazer um determinado número de casas, no caso, 1 milhão. Esse contrasenso de se afastar das áreas centrais é até explicável pela ideologia das classes mais ricas.Mas a cidade bem feita é sempre um espaço democrático. Isso apavora esse pessoal que gosta de morar afastado.Não percebem que, com isso, destroem a sua própria cidade,
a sua própria moradia.
Eu não sei como é que se faz para educar os filhos na adolescência em condomínios fechados. Estão produzindo monstrengos
".
Paulo Mendes da Rocha, arquiteto capixaba, comentando sobre o programa habitacional *Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal numa recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo.