domingo, 1 de março de 2020

A TODOS E A CADA UM DOS MEUS AMIGOS

Por um por todos por nenhum

faço o meu canto canta a minha mágoa
num desencanto aberto pelo gume
deste pranto tão limpo como a água.

Por nenhum por todos ou por um

eu dou o meu poema o meu tecido
de palavras gravadas com o lume
do medo que na voz trago vencido.

Por nenhum por um mesmo por todos

sou a bala e o vinho sou o mesmo
que pisa as uvas os versos e o lodo
num chão onde a coragem nasce a esmo.

(Joaquim Pessoa)