segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Estações de metro - Estocolmo!

Você sabia que o metrô também pode ser um espaço de propagação da arte? Pois foi o que aconteceu em Estocolmo em que suas estações de metrô foram transformados na maior galeria de arte do mundo. Para ver esta indescritível mostra, nem precisa de procurar: só tem de andar de metro. Trata-se na verdade, e muito simplesmente, do sistema de metropolitano de Estocolmo, chamado de T-Bana. São 110 quilómetros de transporte e de muita, e variada, arte.

Na capital da Suécia, andar de transporte debaixo da terra é um meio de mobilidade mas é também um destino, pois mais de 90 das 100 estações foram sendo decoradas com esculturas, pinturas, desenhos, mosaicos, instalações e relevos de mais de 150 artistas, ao longo de mais de cinco décadas. Tudo começou em 1950, quando a concessionária teve a ideia de adornar com arte a a primeira estação de metro a ser construída em Estocolmo, a T-Centralen.

Com o passar do tempo, estação após estação, mais de 150 artistas participaram na criação de instalações. Os convidados foram deixando o seu contributo à medida que as novas estações foram construídas mas, com o tempo, mesmo as erguidas sem qualquer arte foram enfeitadas.

Na grande maioria das estações a rocha foi deixada exposta de propósito, durante a construção, para servir de melhor tela às arrojadas instalações.
Confira algumas imagens:


A estação que parece um vulcão, ou uma bola de fogo, fica na ilha de Kungsholmen, e foi embelezada em 1975, quando o artista sueco Olsson desenhou e instalou uma gruta subterrânea rosa, à qual acrescentou vários achados arqueológicos inventados, como partes de chaminé e sapatos de metal. A estação fica debaixo do tribunal da cidade.


Outra estação ao ar livre, esta conta com um interessante contribuição de Birgitta Muhr, que ali instalou esculturas de tulipas de bronze de quase três metros de altura, em 2002. A artista explica que as projetou para parecer que, também elas, estão à espera do próximo trem.


Tensta foi erguido como subúrbio no inicio dos anos 70, e foi em 1975 que lá chegou o metro. Dois irmãos artistas decoraram a estação com esculturas de animais e folhas, com o objetivo que se tornasse acolhedora para todas as pessoas de diferentes culturas e nacionalidades que aqui viviam.


O Instituto Real de Tecnologia de Estocolomo fica ali e, nos anos 70, ganhou uma estação de metro, que o homenageia no nome. A estação representa a ciência, com obras que invocam de tudo um pouco nesta área, desde as três leis do movimento de Newton às tentativas de Da Vinci de criar uma máquina voadora, passando pelos elementos do fogo, arr, água, terra. Já foi várias vezes premiada.


Esta é a estação de mais contrastes, com o verde a pretender recriar a floresta e o vermelho o por do sol. Tem uma conotação política, associada à luta dos artistas Karl-Olov Björk e Anders Åberg contra o abate de árvores e urbanização excessiva.


A contribuição de Siri Derkert, uma das artistas mais famosas da Suécia no século XX, foi aqui instalado em 1965, e pretende dar um toque de desenho fluido e esboços a uma das estações mais industriais. Östermalmstorg, na Linha Vermelha, fica a 23 metros abaixo da linha do mar e é a terceira estação mais profunda do sistema de Estocolmo. A estação, concluída em 1965, fica no coração dos bairros mais caros e mais caros da cidade, Östermalm (precisamente onde fica o Bank Hotel).

Embora o local exiba várias obras de arte de diferentes artistas, a peça central são os esboços de Siri Derkert, bastante pessoais. Ao caminhar pela estação, encontra a palavra “paz”em diferentes idiomas, retratos de pessoas que trabalharam para o meio ambiente e imagens relacionadas com os direitos das mulheres, luta com a qual Siri se envolveu pessoalmente. Derkert tinha 77 anos quando a estação foi inaugurada.


A estação maioritariamente verde pretende ser jardim subterrâneo, à imagem do subúrbio que fica em cima dela, de palácios e famílias mais abastadas. Aqui encontra artefatos de prédios antigos e, na zona das escadas rolantes, o teto são teclas de um piano.


Thorildsplan é uma das três estações que sobrem ao ar livre. Foi construída em 1952, mas a arte de Lars Arrhenius foi adicionada em 2008. Ao artista, foi apenas pedido o uso de azulejos, e ele fê-lo com um toque único, que faz com que toda a estação pareça um gigante videojogo. Supostamente, ele inspirou-se nas ruas cruzamentos nas ruas, dando-lhe um incrível toque pixelado.


Os artistas locais Elis Eriksson e Gosta Wallmark decoraram a estação que lhes foi atribuída, com desenhos da infância, num toque infantil e único. E para toque final, iluminaram as escadas rolantes com as cores do arco-íris.