quarta-feira, 9 de março de 2011

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM

O escritório dos arquitetos americanos Diller Scofidio + Renfro venceu o Concurso de Ideias para a nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS). O concurso foi  patrocinado pelo Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro em parceria com a Fundação Roberto Marinho. 
 O escritório conta no seu currículo com obras importantes: Blur Building – Expo Internacional 2002 (Suíça); The Brasserie (EUA), Eyebeam Institute (EUA) e o Institute of Contemporary Art (EUA). Entre os escritórios concorrentes estavam o de Bernardes Jacobsen, Daniel Libseskind, Shigeru Ban e o do Brasil Arquitetura.
O projeto para a sede do MIS, localizado na Avenida Atlântica, no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, provocou uma certa polêmica na comunidade profissional do país. Uma observação a ser feita é de que a proposta rompe com o modelo da caixa ainda predominante no país.
                      A nova sede, com altura equivalente a cerca de dez pavimentos e contando com mais cinco pisos de subsolos, estará inserida no paredão constituído pelo conjunto de hotéis e prédios de apartamentos da Avenida Atlântica.
Dois enfoques, o do contraste e o da harmonização, são usualmente utilizados pelos arquitetos quando defrontados com o desafio da inserção de um novo projeto entre prédios mais antigos. É um problema semelhante ao de como construir novas estruturas em uma área histórica tombada. Ambos os enfoques exigem atenção, cuidado e projetos criteriosos.
                            
O projeto de Frank Lloyd Wright para o Museu Guggenheim de Nova York, na Quinta Avenida, é um bom exemplo da inserção pelo contraste. Outras propostas procuram se inserir de forma mais delicada e sutil, se harmonizando com o meio edificado pré-existente. Em todas as situações a qualidade dos projetos é o grande fator a ser considerado.
Longe de me apresentar como crítico de arquitetura e raciocinando aqui apenas com meus botões, penso que o enfoque da harmonização é o mais duro e difícil. Relaciono alguns desafios. O primeiro deles é evitar o pastiche. Outro, o de como harmonizar o novo prédio com arquiteturas por vezes medíocres e inexpressivas.
Resta considerar que a nova sede do MIS, sem dúvida, se constituirá em um acontecimento, um marco na bela, desgastada e mal tratada paisagem da famosa praia carioca. Uma paisagem de cartão postal, cantada em música, verso e prosa.
 
(Publicado no blog Esquina Urbana em12/8/2009)