Por um por todos por nenhum
num desencanto aberto pelo gume
deste pranto tão limpo como a água.
Por nenhum por todos ou por um
eu dou o meu poema o meu tecido
de palavras gravadas com o lume
do medo que na voz trago vencido.
Por nenhum por um mesmo por todos
que pisa as uvas os versos e o lodo
num chão onde a coragem nasce a esmo.
(Joaquim Pessoa)