No topo de um morro, um terreno estreito e comprido: com o lado maior voltado para o mar. Perfeito para uma casa térrea, todos os ambientes dão para o mar. O arquiteto Ademar Sá, Itacaré, no litoral da Bahia, Brasil. A planta em três blocos (o do casal, o de estar e o dos hóspedes), organizados em torno do terraço. Portas de correr de vidro reforçam a proximidade com a mata Atlântica e os materiais são artesanais.
Muito usadas no litoral da Bahia, as telhas de madeira (Picanço) desta obra vieram do Pará. Medem 20 x 50 cm e foram presas na estrutura com pregos galvanizados (os mesmos utilizados em barcos, que não enferrujam). A manta de subcobertura, obrigatória para evitar infiltrações, foi cortada em tiras e colocada somente nos trechos em que as telhas se sobrepõem. Assim, ela não aparece.
Apelidado de sergipinho, o tijolo revela sua origem. O assentamento, feito sobre o contrapiso regularizado e seco, empregou argamassa pronta (a mesma usada para cerâmica). Duas camadas de resina acrílica dão o toque final.
Toda a estrutura da casa (pilares e madeiramento do telhado) emprega eucalipto tratado em autoclave e protegido com duas demãos de stain.
Quatro tons de verde compõem o mosaico de pastilhas de vidro que reveste a piscina. Com essa cor e a borda infinita, ela se mimetiza à mata e ao mar. O caminho de seixos que a contorna camufla uma calha instalada para escoar a água pluvial.
Provenientes de uma fazenda da região, as tábuas de 20 cm de largura compõem a porta de entrada e um painel numa das paredes do quarto do casal. Receberam uma lixada antes da camada de verniz transparente que dá o acabamento.
Placas de 80 x 80 cm, delimitadas por juntas de PVC, formam o piso da sala, feito em duas etapas: primeiro, cobriu-se o contrapiso com uma nata de cimento branco e Bianco. Depois, aplicou-se por cima, com desempenadeira de aço, mistura de partes iguais de cimento branco e pó de mármore, diluída em água até adquirir o aspecto de massa corrida. Depois de dois dias, finalizou-se o trabalho com lixa d’água e resina acrílica.
O ladrilho hidráulico aparece na parede da cozinha e como detalhe no piso. Nunca esquecer que ao ir assentando o ladrilho, as peças assentadas primeiro devem ser protegidas com resina antes da execução do cimento. Isso evita manchas.
Só nos quartos as telhas não ficam aparentes. Neles, há um forro de madeira do tipo angelim, pintado com fundo branco fosco.