segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Dez Igrejas do centro que contam um pouco da história de São Paulo

O centro histórico de São Paulo é repleto de igrejas que nos ajudam entender um pouco mais a história da cidade. Essa história teve uma grande influência das primeiras missões religiosas que chegaram em 1553 com o Padre Manuel da Nóbrega, o noviço José de Anchieta e outros jesuítas a pedido de Portugal e da Companhia de Jesus. Com a intenção de ensinar e catequizar os indígenas que viviam no planalto de Piratininga, os jesuítas constroem a primeira escola, feita de pau a pique onde hoje se encontra o Pateo do Collegio e a Igreja São José de Anchieta.
Pateo do Collegio – Pç. Pateo do Collegio, 2 – Centro, São Paulo – SP

Em 25 de janeiro de 1554, mesma data da conversão do Apóstolo São Paulo, foi celebrada a primeira missa e a ele dedicaram. Essa também é considerada a data de aniversário da cidade de São Paulo.
Igreja São José de Anchieta
Igreja São José de Anchieta

A história da Catedral Metropolitana de São Paulo, mais conhecida como Catedral da Sé, começa um pouco depois em 1588, quando moradores da pequena vila de São Paulo do Campo disputavam com os jesuítas a permissão do poder real para construir uma Igreja Matriz. A permissão só veio em 1591 e a construção iniciou-se em 1598 e foi finalizada em 1612.

Com a transformação de vila em cidade em 1740, a Capitania de São Paulo tornou- se a sede Episcopal e com isso a matriz teve o seu verdadeiro valor. Contudo a Igreja estava bastante destruída pela passagem do tempo e foi demolida para o início da construção do templo que temos atualmente. A catedral gótica foi projetada pelo professor da Escola Politécnica, Maximilian Hehl. O início de sua construção se deu em 1912 pelo então Arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva. A inauguração só ocorreu em 1954, com as torres ainda inacabadas, para a celebração do quarto centenário de São Paulo, no dia 25 de janeiro. As torres foram terminadas em 1967. O atraso foi consequência da falta de dinheiro e da ocorrência de duas Grandes Guerras que atrapalharam as importações dos materiais de construção.
Catedral da Sé – Praça da Sé – Centro, São Paulo – SP

Catedral da Sé

Catedral da Sé

Catedral da Sé

O Mosteiro de São Bento é considerado o sítio histórico mais antigo de São Paulo, ocupando o mesmo local desde a sua fundação em 1598. O terreno cedido a São Bento era bem localizado, como o do Pateo do Collegio, ficando no alto da elevação, entre as águas do Anhangabaú e do Tamanduateí, abrangendo de um lado o Vale do Anhangabaú e do outro a atual Rua 25 de Março.

O mosteiro teve como fundador o paulista Simão Luís, o qual passou para história com o nome de Frei Mauro Teixeira. Discípulo do Padre José de Anchieta, conheceu o Cacique Tibiriça e anos depois construiu no mesmo local onde existira a Taba do glorioso índio, uma igreja em homenagem a São Bento.
Mosteiro São Bento – Largo de São Bento, s/n – Centro, São Paulo – SP

Mosteiro São Bento

Mosteiro São Bento

Considerada a mais antiga igreja remanescente da cidade, a Igreja Santo Antônio foi fundada nas últimas décadas do século XVI. Sua data de fundação é incerta e a mais remota referência ao templo aparece no testamento do bandeirante Afonso Sardinha datado de novembro de 1592.
Igreja Santo Antônio – Praça do Patriarca, 49 – Centro, São Paulo – SP

Igreja Santo Antônio

Igreja Santo Antônio

A Igreja Santo Antônio foi usada como residência dos frades franciscanos que chegaram em São Paulo em 1639. Pouco tempo depois eles receberam a doação de um terreno numa das bordas da colina onde foi fundada a vila de São Paulo de Piratininga. As outras bordas eram onde hoje se encontram o Pateo do Collegio e o Mosteiro São Bento. Neste local, no atual largo de São Francisco, construíram o seu convento, inaugurado em 17 de setembro de 1647.

A igreja conventual foi modificada a partir de meados do século XVIII, o que lhe conferiu a atual forma barroca. Em 1676 iniciou-se a construção de uma capela no interior da igreja franciscana. Essa capela foi subsequentemente ampliada até transformar-se numa igreja independente, com a fachada adossada à igreja conventual inaugurada em 1787. Atualmente as igrejas são chamadas de Santuário São Francisco.

Os franciscanos, por requerimento do governo imperial “cederam” seu convento para a instalação da Academia de Ciências Sociais e Jurídicas, atual Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Santuário São Francisco – Largo São Francisco, 133 – Centro, São Paulo, SP

Santuário São Francisco

Santuário São Francisco

Santuário São Francisco

Santuário São Francisco

A Igreja da Ordem Terceira do Carmo, também chamada de Capela da Venerável Ordem Terceira do Carmo, ou ainda Capela dos Terceiros do Carmo. Foi fundada na segunda metade do século XVII por um grupo de leigos, a maioria bandeirantes, como uma capela contígua à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, inaugurada em 1592 e demolida em 1928.

A edificação atual foi erguida em taipa de pilão, entre 1747 e 1758. Entre 1772 e 1802, foi ampliada e ganhou um novo frontispício, executado por Joaquim Pinto de Oliveira, o “mulato Tebas”, escravo do mestre de obras Bento de Oliveira Lima, responsável por outras obras da arquitetura religiosa da São Paulo colonial. Em 1929, o templo passou por uma ampla reforma, sendo parcialmente reconstruído.
Igreja Nossa Senhora do Carmo – Av. Rangel Pestana, 230 – Centro, São Paulo – SP

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Local muito conhecido pelo comércio de Instrumentos Musicais, material elétrico, eletrônica e de informática, abriga uma das mais antigas igrejas de São Paulo e a primeira além do Vale do Anhangabaú. Em 1720 já existia uma capela no local dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Em 1794, foi demolida a antiga capela e construído um novo templo para servir de sede e matriz paroquial. A primeira missa no novo templo foi celebrada em janeiro de 1795, mas a instituição da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Santa Ifigênia, mais conhecida atualmente como Igreja de Santa Ifigênia, se deu somente em 21 de abril de 1809.Um século mais tarde, em 1908, novamente o tempo foi demolido para dar lugar a atual construção. De 1930 a 1954, esta Igreja funcionou como catedral provisória de São Paulo.
Igreja de Santa Ifigênia – Rua Santa Ifigênia, 30 – Santa Ifigênia – São Paulo, SP

Igreja de Santa Ifigênia

Igreja de Santa Ifigênia

A origem da Igreja de São Gonçalo remonta ao século XVII, quando em 1756 o frei Antônio da Madre de Deus Galvão financiou a construção de uma capela dedicada a Imaculada Conceição e a São Gonçalo na Praça Dr. João Mendes. A capela ruiu com o tempo e em 1840 foi construída a igreja, com a fundação da Irmandade Nossa Senhora e São Gonçalo. Em 1893, a igreja foi entregue aos Jesuítas, que nela trabalharam promovendo as Congregações Marianas e a Catequese dos Japoneses.

Em 1966, com o crescimento da participação da comunidade nipônica na Igreja de São Paulo, o arcebispo de São Paulo Dom Agnelo Rossi criou a Paróquia Pessoal de São Gonçalo, confiando-a novamente aos jesuítas. Criou-se, então, a Matriz Paroquial Pessoal Nipo-brasileiro de São Gonçalo, destinada especialmente aos descendentes dos imigrantes japoneses de São Paulo.
Igreja de São Gonçalo – Praça Doutor João Mendes, 108 – Centro – São Paulo, SP

Igreja de São Gonçalo
Igreja de São Gonçalo

A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, foi construída gratuitamente por trabalhadores negros no início do século XX. Originalmente, era localizada na Praça Antônio Prado, onde foi construída entre os anos de 1721 e 1722. Era um espaço de reunião de negros e escravos, que celebravam ritos católicos misturados com crenças de origem banto. Com o processo de urbanização iniciado pelo prefeito Antônio Prado, a antiga igreja foi demolida em 1903 e depois reconstruída no Largo do Paissandú onde se encontra atualmente. A nova igreja foi consagrada em 1906, quando grande procissão, acompanhada por banda, trasladou as imagens do antigo templo.
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos – Largo do Paissandú – Santa Ifigênia, São Paulo, SP

A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte se formou em 1728, tendo como principal característica admitir pessoas de todas as classes sociais, sem distinção. Em 1802, adquiriu de Joaquim de Sousa Ferreira um terreno na Rua do Carmo, onde construiu a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, inaugurada no dia 1810. Localizada na esquina com a Rua Tabatinguera, dominava toda a entrada daqueles que vinham do Ipiranga em direção à cidade, tornando-se conhecida como a “igreja das boas notícias”, anunciadas ao repique dos sinos. Sediou várias irmandades, entre elas, a dos sacerdotes agostinianos e o curado da Sé que para lá se transferiu durante a edificação da nova catedral. De construção modesta, em taipa de pilão, a igreja possui, no interior, capela- mor com tribunas e altar com imagem da Nossa Senhora da Boa Morte, além das talhas em estilos rococó e neoclássico.
Igreja Nossa Senhora da Boa Morte – Rua do Carmo, 202 – Centro – São Paulo, SP

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