O profissional pode ser requisitado para uma simples consultoria ou até para o gerenciamento geral da obra. Veja qual das formas vai se encaixar no seu orçamento
Existem hoje, no país, 82 mil arquitetos formados, de acordo com dados do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). A procura pelo arquiteto aumentou porque as pessoas perceberam que o profissional tem papel fundamental na melhoria da qualidade de vida. Veja cinco maneiras de contratá-lo:
PROJETO
(Tudo no papel)
A principal função do arquiteto é criar o projeto arquitetônico, no qual estão previstas todas as mudanças e soluções de acordo com o espaço e as necessidades do cliente. Também faz, ou encomenda a um engenheiro calculista, os projetos de estrutura e de instalações elétricas e hidráulicas. Além de desenhar as plantas e as perspectivas de cada ambiente, com as informações técnicas ele avalia duas ou três opções de materiais adequados para serem empregados nas estruturas e nos acabamentos. O arquiteto ainda faz o planejamento da obra, determinando as etapas e como serão contratadas. Um cronograma prevê o tempo de execução de cada fase até a conclusão, considerando os imprevistos. Essa “cartilha” deve ser seguida pelo dono da casa ou por quem for contratado para gerenciá-la.
PREÇO: somente para fazer o projeto, o arquiteto cobra uma porcentagem do custo estimado da obra, calculado com base na metragem quadrada da área a ser reformada ou construída e na complexidade dos serviços a serem executados, de acordo com as tabelas do IAB.
Abaixo de R$ 200 mil – valor negociado (varia de R$ 45 a R$ 100 para cada m²).
Entre R$ 200 mil e R$ 300 mil – 8%.
Acima de R$ 300 mil – 7%.
CONSULTORIA
(Só no ouvido)
Quando a reforma é bem simples, como a substituição de portas ou revestimentos, o arquiteto pode ser chamado para dar apenas uma consultoria sobre as melhores opções de mão de obra, acabamento e produtos. Não há necessidade de um projeto detalhado com informações técnicas.
PREÇO: poucos profissionais fazem apenas isso. Cobram 1/3 do valor que custaria um projeto completo.
GERENCIAMENTO
(Todos os processos incluídos)
O próprio arquiteto que fez o projeto pode cuidar do gerenciamento da obra, cobrando à parte. Esse trabalho é dividido em dois: a administração dos custos, que inclui as cotações de preços em três fornecedores, a compra dos materiais e a contratação da mão de obra (pedreiro, encanador, eletricista, gesseiro, carpinteiro, azulejista e pintor), e a coordenação da execução de todos os serviços. Pode ser feito também por outro arquiteto, por um engenheiro ou até pelo próprio dono da casa.
PREÇOS: de acordo com tabela do IAB, o arquiteto deve cobrar 15% do custo da obra. Se o valor for inferior a R$ 15 mil, a porcentagem sobe para 20%. Quando o arquiteto já fez o projeto, costuma cobrar 12%.
ACOMPANHAMENTO DA OBRA
(Cada etapa é fiscalizada)
Mesmo que não seja contratado para gerenciar a obra, o arquiteto acompanha cada etapa para verificar se o projeto está sendo seguido pelo construtor ou mestre de obras. Normalmente, é feita uma visita de uma hora semanal, com ou sem o cliente. Se, por exemplo, a bancada foi colocada em altura errada, dá tempo de refazer o serviço sem prejudicar o andamento da obra. Três visitas podem estar inclusas no valor do projeto.
PREÇO: cada visita é cobrada como hora técnica, que custa em torno de R$ 250. Alguns profissionais costumam pedir um salário mínimo por mês para fazer o acompanhamento.
OUTRAS PRÁTICAS
(Reserva técnica x sobrepreço)
No gerenciamento da obra, o arquiteto pode cobrar menos pelo serviço, mas compensar ganhando de 10% a 20% sobre o preço de cada material comprado ou sobre o valor da mão de obra contratada. Isso pode encarecer a obra. Existe também a reserva técnica, que é um desconto que os fornecedores costumam dar para o arquiteto, como se fosse um bônus pela ajuda na venda do produto. Alguns profissionais repassam metade desse desconto para o cliente.
(Texto Marilena Dêgelo)