Dune House

Um verdadeiro sonho de consumo. Na costa da ilha de Terschelling, na Holanda, uma casa de 180 m² parece meio engolida pela areia. É a Dune House, ou melhor, a casa na duna. Desenhada por Marc Koehler Arquitetos (MKA), suas instalações externas e internas reproduzem a experiência de fazer um passeio pelas dunas, indo para cima e para baixo. Um movimento que resultou em um projeto arquitetônico peculiar. Ah, e tudo isso com uma vista deslumbrante do Mar do Norte!
As forças da natureza predominantes no ambiente - o mar, o sol e os padrões de vento locais – determinaram o desenho da casa; é como se elas tivessem esculpido a casa, afirmam seus criadores. Simples assim.

Com a influência da paisagem natural, a escolha de materiais sustentáveis foi imprescindível como revestimento deste lar contemporâneo. O MKA optou pela madeira por sua vida útil longa, totalmente reciclável, biodegradável e com pouca emissão de CO². Ela envelhece bem e é ideal para ser utilizada em um local tão perto do mar, já que não reage com o sal.

A fachada da casa lembra um diamante, por tantas facetas distintas. Um diamante diferente no material - de vidro e tiras de cedro vermelho.

Nos interiores, o passeio pela duna continua. A opção pelo caminho em espiral conecta os quartos mais privados, que ficam no porão, com as áreas mais abertas e de convivência comum na parte de cima. Tal sistema permite a entrada da luz do dia e dá a sensação que as acomodações são maiores do que na realidade. Na plataforma superior ainda se tem a vista mais excepcional do mar.

O diálogo frequente entre Koehler e os clientes –  o escritório de arquitetura coloca as pessoas no centro do seu trabalho - e o seu envolvimento em todas as fases do processo criativo, transformou o layout, projetado para dois irmãos e suas famílias, em um trabalho meticuloso, sempre no intuito de integrar paisagem, arquitetura e design de interiores.

Cores e materiais

O escritório Marc Koehler Arquitetos criou o projeto da Dune House em 2014. As texturas e cores da paisagem influenciaram diretamente na seleção dos tons de cinza, ocre, castanho e verde utilizados na parte interna.

A cave cinza mais escuro assemelha-se aos depósitos de rocha basáltica da ilha, enquanto o tom usado nos níveis superiores do edifício é de um castanho claro, que faz referência às dunas de areia.

A madeira pálida e a escada em volta de uma chaminé preta no centro do plano ligam os espaços e paredes feitas de ripas de madeira de nogueira escura aos quartos e banheiros.
O telhado e fachadas foram revestidos por tiras de cedro vermelho, não tratadas, que envelhecerão ao longo do tempo, passando do ocre para o cinzento prateado.

A aparência da residência exclusiva vai alternar entre estações: ela parecerá mais escura nas estações chuvosas; brilhante e cheia de reflexo no verão.

As janelas

Cada espaço foi projetado com uma janela no lugar em que ela proporcionasse a vista mais bonita possível. No caso da sala de estar na parte superior, para citar um exemplo, a abertura está colocada ao nível do chão, para que o exterior possa ser experimentado. Os quartos também apresentam janelas em posições diferentes.  A maior vidraça da casa está inclinada para evitar o efeito do espelhamento e perturbar os arredores com uma luminosidade que cega.

Respeito ao meio ambiente

O respeito para com o meio ambiente também está na escolha de um método de construção que usa painéis modulares pré-fabricados de madeiras,  previamente concebidos utilizando o software BIM, o que permitiu reduzir significativamente o tempo de construção, relevante para as aves que migram e se reproduzem por lá em determinadas épocas do ano.

 

O uso intensivo de madeira e a implementação de estratégias passivas para evitar ganhos e perdas de calor, combinados com a auto geração de energia por painéis solares e uma lareira biomassa, fazem deste projeto um estilo amigável do meio ambiente como uma pegada ecológica.