Rendering é uma técnica de graficação que utiliza canetas hidrocor (marcadores) como base, e sobre esta base grafite, nanquim e lápis de cor, de preferência aquarelável (por ser mais poroso adere melhor). A marca de canetinha mais popular é a Magic Color, só que antes de tudo: a cor da tampa ou o nome dificilmente são a cor de verdade… É melhor escolher por mostruário.
O bacana dessas canetas é que elas borram muito pouco e preenchem o desenho como um todo, chega a parecer que foi pintado com tinta. Só que para isso, é necessário que elas não estejam gastas e também que a aplicação seja suave (tocando de leve o papel) e rápida (para não ficar com manchas mais fortes que outras).
As noções que aprendi sobre a técnica foram nas aulas de Oficina de Desenho, e aqui vou procurar ensinar o básico, como fazer texturas em diferentes materiais e também vegetação. A verdade é que não é difícil, e confere um acabamento mais realista aos desenhos.
Telhas
1) Desenhei um telhado base – passei nanquim.
2) Pintei telha por telha no sentido longitudinal (sem me preocupar se ficam falhinhas em branco no encontro das telhas). Cor Caramelo.
3) Destaquei aleatoriamente algumas telhas com a própria canetinha Caramelo. Pintei com nanquim embaixo da primeira fileira.
4) Destaquei com lápis (cores um pouco mais fortes ou mais fracas que a base/caramelo) mais algumas, ou passei por cima das que já estavam destacadas (É legal ter como um degradê de tons, para não ficar uma telha muito laranja por exemplo, e de repente uma marrom muito clara).
5) Com lápis branco e preto, trabalhei as sombras, que deram a forma curva da telha. (Fiz uma linha fina branca sempre de um mesmo lado da telhas e fui esfumaçando até o meio delas. No outro lado fiz uma linha fina preta, que fui esfumaçando até encontrar o esfumaçado branco.)
Concreto
1) Comecei com uma base de quadrados, mas na verdade poderiam ser alguma outra forma, representando diferentes tipos de blocos.
2) Diferentemente das telhas, pintei o desenho como um todo (Sem deixar falhinhas). Cor Cinza Frio CG – 3.
3) À mão livre, risquei com um nanquim fino o que será o começo da sombra nos blocos.
3) Entre os riscos na horizontal e o contorno de cada bloco passei lápis branco (não ficaria tão bom fazer uma linha branca de fora a fora).
4) Destaquei com nanquim alguns blocos para mostrar como diferenciar volumes (já que a sombra “em cada bloquinho” ficou à esquerda, reforcei o nanquim na esquerda também, começando a mostrar a sombra desse volume que supus que está na frente).
5) Para fazer a sombra por completo, passei uma nova camada de canetinha no formato do volume, à esquerda, e na direita passei uma fina linha apenas.
Tijolos
1) Desenhei a base, passei nanquim.
2) Pintei um tijolo de cada vez, e assim como nas telhas, não me preocupei em deixar “falhinhas” em branco. Usei a cor Sépia, que é quase a mesma que o Bege.
3) Destaquei alguns tijolos com a própria canetinha.
4) E também com lápis de cor.
5) Passei novamente nanquim, só que agora à mão livre, o que ajuda a dar um aspecto não homogêneo aos tijolos.
6) Pontilhei aleatoriamente com naquim fino, contudo concentrando mais nos cantos de alguns tijolos, também que fazendo alguns pontos com nanquim mais grosso.
7) Para representar as sombras, defini primeiro com nanquim dois volumes para estarem à frente.
8)Defini que a luz incidindo pela esquerda, cria a sombra maior na direita, que fiz com uma faixa larga de Magic-Color Cinza FrioCG-1. De qualquer forma representei com faixas finas as sombras que os próprios volume fazem entre si e em relação à “parede”.
Madeira
1) Fiz uma base de tábuas com naquim de larguras aproximadas, algumas com linha dupla, com a ideia de não deixa-las tão homogêneas, porque não ficaria tão realista.
2) Pintei com canetinha Caramelo, no sentido longitudinal, como um todo, e depois fiz as ranhuras da madeira com nanquim fino (em geral curvas que se repetem, ou então formas bem aleatórias – prefiro esboçar antes e ver se fica bacana).
3) Destaquei algumas ranhuras com lápis de cor, esfumacei para ficar mais suave.
4) Pontilhei com nanquim fino para finalizar, concentrando em alguns pontos das ranhuras.
Vegetação
1) Desenhei um tronco qualquer, lembrando que sua altura será aproximadamente a largura da copa.
3) Bem suave, para não aparecer depois, fiz a copa em forma oval.
4) Comecei a definir o contorno, que é ao gosto de cada um, mas aqui apesar de seguir a linha inicial, fiz várias entradinhas e saídas para deixar a copa mais solta.
5) Concentrei na parte de baixo mais linhas rebuscadas (assim como a com que contornei a copa).
6) Continuei trabalhando em outros pontos com a linha, é legal equilibrar linhas sozinhas, linhas que juntam-se ao contorno da copa, maiores, menores…
8 ) Reforcei com a mesma canetinha a parte de baixo (assim aos poucos dou o aspecto de que há sombra).
9) Passei lápis branco e preto no tronco, assim como nas telhas (esfumaçando a partir de cada lado), para dar o efeito de forma circular.
Opção II Vegetação
1) Novamente tronco e copa, sendo que deixei a copa um pouco menor do que o ideal porque me permitiu soltar mais o contorno depois.
2) Com Verde Limão, e pontos de diferentes espessuras e usando a linha de grafite como base, fui definindo um contorno bastante solto.
4) Em algumas partes, concentrei os pontos até eles tornarem-se manchas. (Novamente também concentrei manchas na parte de baixo, para supor sombra.)
7) Por fim concentrei ainda mais pontos e usei mais do Verde-Garrafa, principalmente embaixo, até achar que as manchas ficassem bem definidas e combinassem entre si.
* Do mesmo modo que fiz as copas dessas árvores poderia ter feito arbustos, plantas em floreiras e etc.
Rendering é uma opção interessante mesmo com tantos programas de computador que existem hoje. É sempre legal ter noções de variadas técnicas!
(Texto do blog arquitetônico)