Baianas do acarajé, são vendedora de iguarias da culinária afro-baiana e ficam sentadas no seu tabuleiro, espalhados em quase todas as esquinas de Salvador (Bahia - Brasil), perfumam a cidade com o aroma do dendê. Inconfundíveis com sua saia larga, suas anáguas, torço, bata, sandálias, adereços, balangandãs e contas dos Orixás. A fala mansa, ritmada e o riso solto é uma característica regional.
/ Elas (as baianas do acarajé) são herdeiras do nobre ofício de preparar o alimento sagrado dos orixás - tarefa antes só permitida às filhas de Iansã ou Xangô, para quem o ato de montar um tabuleiro e ir vender na rua era um desígnio divino. E assim, sem alarde, passaram a oferecer ao povo o alimento dos deuses. O antigo akará veio para o Brasil através dos escravos africanos iorubás. Antes comido apenas com pimenta, o bolinho feito com feijão fradinho, cebola, sal e frito no azeite de dendê fervente ganhou no tabuleiro da baiana deliciosos recheios, como salada, vatapá, camarões e caruru. É sabido que a venda do mais “arretado” dos quitutes serviu, para que muitas escravas negras comprassem cartas de alforria.