sábado, 14 de fevereiro de 2009

AS MIL E UMA FACETAS DO VIDRO

Histórico - O vidro é composto de três elementos – sílica (areia), soda cáustica e cal – que, submetidos a temperaturas de até 1.700ºC, derretem e se cristalizam. Sua origem é incerta. Os antigos artefatos de vidro conhecidos são contas feitas há cerca de 4.500 anos, encontradas no Egito. Aparentemente foram os babilónios que descobriram, século II a.C., que o vidro é maleável. Nos anos 30, uma fábrica francesa inventa o processo de criação de vidro inquebrável.
O uso do vidro na arquitetura, em construções e decoração de interiores é uma tendência mundial do momento. Os vidros voltaram a dominar o mercado, tecnologia aliada com a sofisticação e resistência. Existe uma gama enorme de utilização: pisos, escadas, degraus, guarda-corpos, coberturas, portas, janelas, bancadas, tampos de mesa, cachepôs, prateleiras, aparadores, telões, estrutura de móveis, fachada de casas e prédios.

Tipos de Vidros: Vidros temperados - Transparente e belo, resistentes e seguros, permite sua aplicação em projetos variados; Vidros laminados - Na forma de sanduíche com dois vidros e um filme de PVB (Polivinilbutiral) no meio, incolor ou colorido. Seguro em caso de quebra (os cacos ficarão grudados no filme de PVB). Usados em pisos, guarda-corpos, coberturas, sacadas e fachadas; Vidros aramado - Composto por uma tela metálica para maior resistência a perfuração e proteção (em caso de quebra, os cacos ficam presos na tela). Recomendados para coberturas, guarda-corpos, portas, sacadas e pergolados; - Vidros refletivos - Tratados com óxidos metálicos, para refletirem os raios solares, reduzindo a entrada de calor, proporcionando ambientes mais confortáveis, economia de energia com splits ou aparelhos de ar condicionado. A privacidade desses vidros está diretamente ligada à quantidade de luz ambiente. Ambiente menos iluminado, é possível ver através do vidro. Ambiente mais iluminado, é possível ver a reflexão da imagem, como se fosse um espelho. Então durante o dia, a privacidade dentro do edifício é mantida, o que não acontece durante a noite, onde a iluminação interna é maior que a externa.


Teclado em Vidro - É a idéia do artista Kong Fanwen, teclado composto apenas por uma superfície de vidro, luzes e uma câmera. Vem com uma superfície de vidro totalmente lisa, com as marcações das “teclas” e uma câmera para captar o movimento dos dedos, para computar as “teclas” que estão sendo acionadas.


Cadeira em Vidro Bergère Glass - Uma peça do mobiliário (1720), os designers repaginaram trazendo-a do passado com a transparência do vidro. Dando forma, aconchego e leveza. A poltrona é montada em chapas de vidro recortadas. Um bisotado na chapa do assento permite que o encosto tenha um ângulo de abertura, para o conforto das costas. O assento é laminado para evitar riscos. Dimensões :57 x 75 x 120 cm.


Escultura em vidro para decoração de interiores - "Cristo", uma das muitas belas obras em vidro de Sol Abadi – artista argentino radicado em São Paulo.


Desde a execução do piso de vidro do Museu Oscar Niemeyer, houve uma popularização deste elemento, que passou a ser utilizado em grandes obras. Aqui em Salvador, o mais novo shoping da cidade conta com escadas e pisos passarelas envidraçados sobre estrutura metálica, formando “tapetes de luz”, pois possuem iluminação sob o vidro.




Escada residencial em vidro.




Corrimão de um galpão em vidro.





Cobertura em estrutura metálica e vidro aramado, que é translúcido, proporcionando privacidade e estética, iluminando com segurança e requinte.




Arquitetura Moderna Contemporânea - O vidro ditou a moda da Arquitetura na década de 20. O arquiteto alemão Mies Van der Rohe era ícone, assim como a Cidade de Chicago seu melhor exemplo nos Estados Unidos. Exemplo dessa modernidade é a obra mais famosa e mais polêmica desse arquiteto: A CASA DE VIDRO. Polêmica porque causou briga judicial entre o autor do projeto e o cliente e criticada por quase todos no item respeito pelo conforto ambiental.
A casa tem transparência pelo uso do vidro, utiliza estrutura metálica, seu desenho é composto por linhas mínimas, dando a ilusão de que ela flutua sobre o solo, a iluminação natural graças aos extensos panos de vidro é totalmente aproveitado. Apesar de ter sido concebido há mais de meio século, o projeto trás consigo conceitos contemporâneos traduzidos pelos amplos vãos em que não existem paredes e a integração exterior e interior.

Arquitetura com cor - O edifício da Audi (veículos), em Tóquio, com sua fachada distorcida e assimétrica em vidros azuis, projeto de Andrew Doré, transmite alta tecnologia e design arrojado.


Arquitetura Religiosa Moderna - As tradições tendem a desaparecer, o arquiteto Allman Sattler Wappner encontrou a solução ideal, respeitando os requisitos litúrgicos, com uma religiosidade convincente utilizando o elemento "vidro incolor" de extrema beleza por preservar os elementos das fachadas, no seu projeto da Igreja Herz Jesu, Munique - Alemanha.


Arquitetura futurista - Edifício emblemático PRADA, em Tóquio. Projetado pelos arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron. Estruturado por cordas de aço, que formam uma trama quadrangular de vidros planos, côncavos e convexos nas empenas, e nenhuma face é do mesmo tamanho como se estivesse "amarrado". É que pelo simbolismo japonês, as criações devem passar a ilusão de que o prédio está “envolto” (tsutsumu) ou “atado” (musubu), significa: demarcar um espaço como especial ou sagrado.