sábado, 21 de fevereiro de 2009

BRASIL VERSUS PORTUGAL E NASCE MAIS UM MUSEU

"Deus quer. O homem sonha. A obra nasce..."

Na arquitetura, diferentemente da moda e da música, continuamos colônia de Portugal! Será? Os arquitetos brasileiros tiveram suas razões na época (1998/1999), afinal não houve concurso, e os administradores do museu, dizem as línguas afiadas, declararam que não havia arquiteto brasileiro capacitado para a realização do projeto. Será?


Museu Iberê Camargo - O número é 2.000, Avenida Padre Cacique, início da Zona Sul, Porto Alegre - Rio Grande do Sul / Brasil. Tem como principal marca arquitetônica as curvas sinuosas, as arestas afiadas e as rampas internas e externas que remetem ao Guggenheim Museum, de Nova York.


O prédio é todo em cimento branco, um marco na capital gaúcha. Quer no Brasil, ou em qualquer parte do mundo. Todos ficam contentes quando um arquiteto local consegue projetar no exterior. Temos que ficar igualmente felizes quando um arquiteto de renome têm oportunidade de o fazer em nossa casa. Quer seja o Siza no Brasil, seja Gehry em Lisboa, Niemeyer em vários pontos da Europa e Kogan na Espanha.


O edifício, concebido para abrigar o legado do pintor gaúcho Iberê Camargo , falecido em 1994, aos 79 anos. e exposições temporárias de arte moderna e contemporânea, segue padrões internacionais de iluminação, controle de temperatura, abastecimento de água, tratamento de esgoto e prevenção de incêndios - algo raro em museus brasileiros.


Terreno doado pelo govêrno do estado às margens do rio Guaíba, ao sul do centro da cidade. Tratava-se de uma escarpa de pouco mais de 8 mil metros quadrados, repleta de vegetação e com apenas um quarto de área plana, junto à cota da av. Padre Cacique. O lugar era uma antiga pedreira e, em parte, um aterro sobre o rio. Sem alarde, a escolha do profissional durou quase um ano. E o escolhido foi o Álvaro Siza, arquiteto português. filho de brasileiro que emigrou em busca de novas oportunidades na Europa.

Volumes baixos, áreas para o café e vazio do ateliê, parcialmente em balanço, abre-se também para a área verde
(bloco maior, áreas para as exposições)
Formado pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1955, Álvaro Siza colaborou com Fernando Távora até 1958. Entre 1966 e 1969 lecionou na instituição em que se graduou e desde 1976 é professor adjunto de construção na Faculdade de Arquitetura do Porto.

(lateral, espaço para as atividades de carga e descarga)
Lançando mão de inovações técnicas, o museu soma a impecável execução ao uso nobre: abriga uma coleção de obras-primas do artista plástico Iberê Camargo.
( Parte interna térrea do museu)
É a relação entre a pintura e o espaço que a abriga, que pode trazer um entendimento ainda maior sobre a obra do artista.